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29 March 2022, Idealista
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Maior parte da verba foi alocada entre 2020 e 2021, ou seja, em plena pandemia da Covid-19, segundo dados da AICCOPN.

Teletrabalho. Confinamento. Ensino à distância. A pandemia da Covid-19 “obrigou” as pessoas a passar mais tempo em casa, o que despertou a necessidade de fazer obras de reabilitação e/ou manutenção. Segundo a Associação dos Industriais da Construção e Obras Públicas (AICCOPN), nos últimos três anos, o investimento acumulado na recuperação e conservação de edifícios habitacionais atingiu os 4.933 milhões de euros: a maior verba (3.451 milhões de euros) foi alocada entre 2020 e 2021.

Apesar do elevado volume de investimento, o estado do parque habitacional português carece ainda de intervenções estimadas em mais de 24 mil milhões de euros, segundo diz o Dinheiro Vivo, apoiado em dados de um estudo elaborado pela Faculdade de Engenharia do Porto para a AICCOPN. Os números não se ficam por aqui: há em Portugal cerca de 1,5 milhões de fogos com necessidades de conservação, ou seja, 26,3% do parque habitacional, dos quais perto de 212 mil necessitam de intervenções grandes ou muito grandes.

O estudo em causa, que data de 2018 mas mantém-se atual, estima ainda que para recuperar o edificado sejam necessários:

  • Mais de sete mil milhões de euros para edificado muito deteriorado;
  • 9.300 milhões de euros para reparações de grandes dimensões;
  • 7.500 milhões de euros para intervenções médias;
  • 14.000 milhões de euros para operações de conservação, manutenção e pequenas reparações.

Reis Campos, presidente da AICCOPN, citado pela publicação, refere que Portugal registou significativos avanços na área da reabilitação, mas a degradação, a sobrelotação, as carências de infraestruturas básicas e energéticas e a falta de acessibilidades “são ainda uma realidade com uma expressão quantitativa muito elevada”, não sendo “assuntos marginais”.

O responsável adianta que há em Portugal “450 mil habitações sobrelotadas, incluindo 100 mil com duas ou mais divisões em falta e 467 mil famílias a viver nestas condições”.

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